Palmeira Jussara está entre as surpresas do estudo ambiental sobre a flora local

O trabalho de levantamento e resgate das espécies de plantas encontradas no local em que está sendo construída a Represa Santa Marina integra o programa de preservação ambiental que está sendo executado para garantir a integridade do ecossistema da região durante a obra. A grande surpresa descoberta pela equipe envolvida nesta tarefa é o encontro de grande quantidade de exemplares de Euterpe edulis, popularmente conhecida como Palmeira Jussara.

Nativa da Mata Atlântica, essa espécie de palmeira foi desaparecendo ao longo das décadas devido à intensa extração do palmito. Ela já esteve na lista das espécies criticamente ameaçadas de extinção e após longos anos de controle sobre sua exploração, atualmente ainda é considerada como espécie vulnerável. “Por isso encontrar seus exemplares representa uma bela oportunidade para a preservação e reprodução desta espécie”, pontuou o biólogo Fábio Bertolini Heydman, membro da equipe da empresa Bioesfera e responsável pelo estudo ambiental da flora.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Joaquim Dutra, o manejo e o cuidado com a flora e a fauna são fundamentais para a continuidade da biodiversidade local. “Isso nos ajuda a evitar que um procedimento errado coloque em risco o ecossistema local. Por isso todas as medidas estão sendo tomadas de forma minuciosa e com a supervisão da CETESB”, destacou.

Sobre o estudo ambiental da flora

Heydman explica que foi realizada a identificação da vegetação para classificação do estado de conservação para compor as propostas de compensação para a proteção dessa diversidade e elaboração dos programas ambientais. “Esses programas foram aprovados pelo Departamento de Avaliação de Impacto de Obras Hidráulicas da CETESB. Envolvem o resgate do germoplasma, que são as espécies vegetais que se encontram sob a copas das árvores nos fragmentos de vegetação que serão atingidos pelo enchimento do reservatório, as quais são encontradas na forma de mudas, orquídeas, samambaias, bromélias e sementes. Fazemos o resgate de todas essas formas de vida vegetal presentes nas áreas do sub-bosque da floresta para garantir que a diversidade genética local permaneça na área do empreendimento. Essas espécies são separadas, catalogadas e replicadas no viveiro, para posteriormente serem reintroduzidas nos trechos de floresta que serão preservados e restaurados para compor a Área de Preservação Permanente da represa”, explicou.

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