Inclusão de alunos com necessidades especiais ganha força com o projeto “Além de quatro paredes” em Cordeirópolis

A escola que às vezes costuma ser um peso para os estudantes regulares, em um ambiente de atendimento domiciliar ou hospitalar acaba se tornando um dos raros momentos de diversão. Em 2018, o Ministério da Educação divulgou que 20.607 alunos frequentam suas aulas dentro de quatro paredes dos mais diversos tipos de hospitais do Brasil.

Essa realidade não é diferente para o aluno Jhonatan Mudesto Leal, que devido a complicações de saúde no seu nascimento, o jovem encontra-se em regime de Home Care, com equipe de enfermagem 24h e permanece com traqueostomia em ventilação mecânica em sua residência. Apesar de todo esse quadro clínico delicado, Jhonatan é uma criança alegre e com muito potencial de aprendizagem. Quatro professoras da Secretaria de Educação revezam-se ministrando aulas que acontecem dentro do seu quarto, em um ambiente adaptado com todas as necessidades de um quarto de hospital.

A professora, Stefania Menezes, que também integra o quadro de educadores que acompanham Jhonatan, disse que ele está se desenvolvendo de maneira satisfatória, porém sentiu a necessidade de apresentar a ele o mundo que existe além das paredes do seu quarto. ”Mostrar locais novos, apresentá-lo “virtualmente” aos amigos da sala de aula onde está matriculado oficialmente (2º ano B da Escola Municipal Coronel José Levy), colocá-lo em contato com a professora desta sala e até mesmo fazer com que participe de algumas aulas em tempo real. “Foi aí que a ideia do projeto surgiu, com a possibilidade de levar o “Google for Education” que é desenvolvido com todos os alunos da rede municipal para dentro de seu quarto e apresentar à ele um mundo cheio de possibilidades através da tela de um computador”, comentou.

Stefania também explicou que toda mobilização partiu através da ideia que levou para a coordenadora do “Google for Education”, Fernanda Gardezani, ao diretor Administrativo, João Batista e para a secretária de Educação, Angelita Ortolan, que abraçaram a ideia. “Pedi autorização ao pai e em seguida conseguimos a doação de um Chromebook para o desenvolvimento do projeto realizado pela Multilaser, mas tudo foi barrado por causa de um detalhe: a internet. O pai nos relatou não ter condições de instar em sua casa naquele momento. No entanto, desistir não estava em nossos planos, pois sentia que precisava oferecer a ele inúmeras experiências, em um espaço de poucas possibilidades. Foi então, que mais uma vez a equipe da Secretaria de Educação se mobilizou e conseguiu que a empresa Desktop abraçasse o projeto e realizasse toda a infra-estrutura necessária e concessão de um ponto de internet vitalício”, acrescentou.

Ainda de acordo com Stefania, a partir do dia 17 de junho, às professoras puderam dar início ao desenvolvimento do projeto na íntegra, com a inserção de várias ferramentas da Google, tais como: E-mail, Google Sala de Aula, Google Drive, Youtube e outros que ainda serão inseridos. “Apesar de pouco tempo, ótimos frutos já estão começando a ser colhidos, já que o aluno tem se mostrado motivado, conseguindo sustentar a atenção focada durante todo o tempo de aula, tem fixado de maneira mais satisfatória o conteúdo e está aos poucos conseguindo autonomia para desenvolver suas atividades pedagógicas”, relatou a professora.

A entrega do chromebook foi realizada pelo prefeito, Adinan Ortolan, a secretária de Educação, Angelita Ortolan, a coordenadora de Inclusão Stefania Menezes, diretora da Escola Levy Municipal, Claudia Celotti, a coordenadora do Projeto Google, Fernanda Gardezani, as professoras Adriaci Carrazone, Carmelinda de Oliveira Vieira e a coordenadora Juliana Veloso Ragasso.

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